Segundo ele, enquanto a União gasta o equivalente a R$ 40 per capta com a saúde no Ceará, em Pernambuco a média é de R$ 135 per capta. “Em Pernambuco, o Governo Federal aporta mais de R$ 1,2 bilhão e para o Ceará não passa de R$ 400 milhões”, pontuou. Ainda conforme Leonardo Pinheiro, o Estado gasta 80% do orçamento destinado à saúde, e o Governo Federal está liberando apenas 20% dos recursos previstos para a área.
Outro dado citado pelo parlamentar para demonstrar o subfinanciamento da saúde dá conta de que, embora 72% dos brasileiros dependam do Sistema Único de Saúde, os planos privados com um contingente bem menor gastam aproximadamente duas vezes mais que o SUS com os pacientes.
Leonardo Pinheiro elogiou a construção de hospitais no interior do Estado durante o Governo Cid Gomes e afirmou que é preciso investir mais em saúde. Ele citou como exemplo os Estados Unidos, que gastam uma média de 10 mil dólares por habitante ao ano, enquanto o Brasil gasta R$ 500 por habitante.
Ele também defendeu a construção do IJF II, e justificou que a abertura de mais esse espaço é necessária, pois houve aumento da violência, do número de acidentes, e a população envelheceu, elevando bastante a demanda por leito hospitalar. Para o parlamentar, o IJF II é uma saída emergencial inteligente, que irá aproveitar muito a estrutura e os recursos humanos que já existem, além de 50% dos leitos terem financiamento do SUS. Segundo ele, o prédio contará com 30 novos leitos de UTI, além de leitos intermediários, unidade de hemodinâmica e ressonância magnética.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) afirmou que gestores de grandes hospitais do Ceará já apontaram publicamente que a maior dificuldade para o funcionamento a contento dessas instituições é a falta de recursos financeiros. O parlamentar disse que, apesar de o Estado investir 17% na saúde, existe um subfinanciamento de recursos federais.
Carlos Felipe defendeu que a ampliação do IJF deveria ser feita com recursos da União e do Estado, e não da Prefeitura, pois a maior parte dos atendimentos do hospital não é da atenção primária. Para ele, a Prefeitura de Fortaleza deveria fortalecer a atenção primária. Citou ainda que 50% dos hospitais-polo não fazem atendimento em traumatologia, e isso contribui muito para os corredores lotados dos hospitais da Capital.
Roberto Mesquita (PV) também aparteou para esclarecer que os estados são obrigados a gastar 12% com saúde, e o Ceará chega a gastar 17%, mas não consegue evitar a crise.
JM/CG