Na região Nordeste, de acordo com Carlos Matos, o Ceará tem o quarto maior orçamento, atrás de Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte, quando cotejados os gastos por habitantes. “Está faltando dinheiro no Ceará porque só para o Acquario foram desviados R$ 125 milhões, quando temos um déficit na área de saúde em torno de R$ 48 milhões”, acrescentou.
Carlos Matos considerou que o Ceará fez uma política de comunicação de saúde. “É a política de sensação. Construiu hospitais, fez propaganda, mas os resultados práticos não aconteceram. Essa mesma política foi também feita na área de segurança, quando se compraram carros luxuosos para as ações policiais. Criou-se uma sensação de segurança, mas que os números, ao longo do tempo, desmentiram”, afirmou.
O deputado salientou ainda que hoje os maiores problemas de saúde pública são os acidentados por motos, trânsito e crimes. “O Ceará é o terceiro estado do País em atingidos por balas, demonstrando que a área de segurança pública também enfrenta sérios problemas”, ponderou.
Carlos Matos disse que se sentiu surpreso com o pronunciamento da deputada Rachel Marques (PT), realizado ontem, quando ela disse que está tudo tranquilo na área da saúde. “Mas hoje o governador criou um gabinete de crise, demonstrando toda a preocupação com o setor”, pontuou. Na avaliação do deputado, o maior problema da saúde não é a falta de transferência de recursos federais, mas de gestão.
“Fecharam mais de mil leitos nos últimos anos e foram perdidos leitos do SUS. A média de leitos por habitantes no Ceará é menor que a média nacional”, disse.
Carlos Matos também fez um apelo ao secretário de Segurança Pública, no sentido de que sejam impedidos os atos de vandalismo na greve dos operários da construção civil. “Há vândalos infiltrados no movimento, que invadiram obras, desmontando andaimes e quebrando grades. Acredito que o sindicato da categoria tomará as medidas cabíveis. Não podemos conviver com uma sociedade sem Estado”, assinalou.
O tucano disse que é legítimo discutir aumento de salário, mas não se pode invadir obras, com omissão do Estado. “Os trabalhadores devem ser respeitados e os vândalos, presos. Quando se apela para a violência a Secretaria de Segurança Pública deve intervir e a justiça ser feita. O Governo deve mostrar o seu pulso".
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) disse que, nos dois anos em que Ciro Gomes foi secretário, ele passava de 20 dias a um mês sem aparecer na Secretaria, sem despachar. “O Estado priorizou uma política de construções e grandes hospitais sendo construídos, mas nos postos de saúde não há médico e faltam remédios”, observou.
O deputado Júlio César Filho (PTN) disse que todos os anos acontece vandalismo na construção civil. “Temos de repudiar a ação dos vândalos. São os black blocks infiltrados”, avaliou
JS/AT