“A epidemia que se instalou é apartidária. É uma crise que representa um agravamento para todo o setor de saúde”, comentou. Os novos casos, segundo ele, estão se acumulando nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos hospitais de média complexidade, o que estrangula o atendimento.
Sobre a existência de pacientes aguardando atendimento nos corredores dos hospitais, Carlos Felipe lembrou que “esse problema é crônico e passa por agudização em momentos de epidemia”. O parlamentar, que trabalhou no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) até 2008, informou já ter presenciado até 70 pessoas nos corredores da unidade hospitalar.
Carlos Felipe defendeu que a melhoria da saúde passa pelo fortalecimento dos hospitais polos no Interior e na Região Metropolitana. “Quando as unidades do Interior aumentarem a capacidade de resolução, os hospitais de Fortaleza serão menos demandados”, avaliou.
De acordo com o parlamentar, o Ceará não deixou de receber repasses federais para a área, mas o volume de recursos seria menor que o necessário. Segundo ele, o País gasta 10% do PIB na saúde – a maioria de recursos privados. Já o Ceará repassa 16% do orçamento para a área, enquanto que, nos municípios, esse índice chega a 20%. “Essa crise só será resolvida quando for criado um fundo para a saúde, nos mesmos moldes em que a educação tem o Fundeb”, afirmou. Carlos Felipe destacou o posicionamento do Conselho Federal de Medicina, que defende a aplicação de mais recursos no Sistema Único de Saúde (SUS).
O deputado também agradeceu o trabalho desenvolvido pelo ex-secretário da Saúde do Estado Carlile Lavor. Segundo Carlos Felipe, o gestor “sempre teve atenção com o Legislativo”. Ele também desejou ao novo titular da pasta, Henrique Javi, disposição para superar as dificuldades do setor.
Em aparte, o deputado Lucílvio Girão lembrou que houve cortes no custeio da saúde, o que prejudicou estados e municípios. “Não é admissível que o IJF, com tantos profissionais qualificados, atenda paciente no chão. Há dinheiro para outras coisas, mas falta para a saúde”, lamentou.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) avaliou ser necessário fortalecer os hospitais polos, para que possam realizar cirurgias eletivas. “Precisamos desafogar a Capital. Os atendimentos não podem acontecer no chão e ser manchete de jornal em todo o País”, afirmou.
Já o deputado Leonardo Pinheiro (PSD) lembrou que novos hospitais foram construídos no Interior, mas os recursos de custeio foram reduzidos. “É humanamente impossível só o Governo do Estado atender a população”, argumentou.
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