O deputado disse que ficou surpreso ao ouvir a fala de Dilma e esperou que ela fosse pedir ao povo brasileiro manifestações pacíficas, ordeiras. Mas não foi o que aconteceu. Segundo ele, a presidente fez do programa "ufanismo pela vitória”, ao recitar as conquistas do Governo PT, dando um viés eleitoreiro ao discurso. “Ela mostrou que está descompensada, angustiada, que já não é mais a Dilma do riso solto”, afirmou.

Para Fernando Hugo, o momento era inapropriado para aquele tipo de discurso, “chegando a comparar, inclusive, o quanto se tinha investido em educação e saúde”.

De acordo com o deputado, em vez de “ufanicamente torcer pelo Brasil futebolístico, inserir em todos nós um otimismo de vitória nos campos, chamar os brios, a raça e a garra dos jogadores brasileiros, não. De repente, como estivesse postada em um programa eleitoral, passou a dedilhar muitas ações do seu desgoverno e Governo lulista”, criticou.

O parlamentar também questionou como o Brasil conquistou o direito de sediar  a Copa, uma vez que a Fifa busca ganhos, segundo ele. “Como é que se pode saber quanto custou a negociação da Fifa para trazer a Copa para o Brasil? A megalomania de Lula foi vitoriosa e ele trouxe para cá o maior evento do mundo, sabendo que exigiria gastos estratosféricos”, disse, citando a Lei Geral da Copa.

Fernando Hugo voltou a criticar a empresa multinacional Aramark, terceirizada da Fifa, afirmando que ela irá explorar a mão de obra dos voluntários brasileiros na Copa, infringindo a legislação trabalhista. Segundo ele, existe lei que veda a contratação por entidades que tenham fins lucrativos, como a Fifa.

Em aparte, a deputada Eliane Novais (PSB) repudiou a contratação de voluntários para se tirar lucro, defendendo que o assunto deveria ter um maior aprofundamento.

O deputado Thiago Campelo (SD) deu razão a Fernando Hugo, “que está mostrando apenas a realidade de tudo que está acontecendo. Não se pode pegar as mazelas e esconder atrás da Copa”, disse. Ele destacou que, embora o futebol represente muito para o povo brasileiro, ficou triste com o discurso de ontem, considerando eleitoreiro.
LS/AT