Segundo a parlamentar, a retirada das famílias estava sendo negociada entre a Prefeitura de Fortaleza e a comunidade, em busca de encontrar a melhor maneira para a ação. Eliane disse que, na última quinta-feira (13), representou a Assembleia, juntamente com o deputado Heitor Férrer (PDT), numa audiência pública que ocorreu na Defensoria para tratar da questão. Na ocasião, ficou acordado com autoridades da prefeitura, patrimônio da União e representantes da localidade que, antes da desapropriação, em virtude do projeto da prefeitura Aldeia da Praia, haveria uma reunião de conciliação entre as partes envolvidas.
No entanto, não foi o que aconteceu, ressaltou a parlamentar. “A prefeitura sabia que iria ter essa audiência de conciliação. A prefeitura não apresentou alternativas dignas a essa comunidade”, criticou, relatando a comoção no local. “Lá tinha idosos e crianças; uma verdadeira comoção. Estão no meio da rua, ao relento e à base de chuva”, relatou, pedindo o encaminhamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao local, “porque tem senhoras passando mal, que acordaram assustadas porque a Polícia e o Gate estão presentes”. A parlamentar fez um apelo à prefeitura, “é uma questão de dignidade”.
Eliane Novais deixou claro que a comunidade Alto da Paz é a favor do projeto, mas queriam que fosse alugado um local até que a Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) entregasse a unidade definitiva em que passariam a residir. “Eles querem a obra, mas o deslocamento das famílias não poderia ser truculento, deveria ter local adequado, ou se pagar aluguel social”, propôs.
Em aparte, o deputado Heitor Férrer (PDT) se associou à preocupação, lembrando que todas as autoridades estavam presentes na reunião. “Se acontecesse isso com nós, deputados, que temos toda condição, seria um transtorno, imagina quem não tem onde cair morto. Para onde vão? Para o Paço Municipal? Será que o prefeito Roberto Cláudio está sabendo? É revoltante, pois são mães e pais que estão ao relento”, lamentou.
O deputado Antonio Carlos (PT) fez um apelo ao poder público para que o processo ocorra da melhor forma possível, que não haja qualquer ação que fira a integridade física das pessoas. Ele pediu que o uso da força não seja o caminho para resolver os atritos sociais.
LS/CG