De acordo com o parlamentar, a possibilidade de perder a base está causando inquietação em muitos setores da sociedade. “Fui procurado por pessoas preocupadas com a transferência da Base Aérea para Natal. O governador do Estado esteve reunido com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Saito”. Heitor relatou que, segundo o militar, está sendo retirado o setor de instrução, “mas isso significa tirar a alma e deixar só o corpo”.
Heitor considerou que a saída da Base Aérea, em Fortaleza há 77 anos, é um desrespeito ao Ceará. ”Vamos perder, somente com a folha de pagamento, cerca de R$ 200 milhões anuais. São pessoas que moram aqui e movimentam a nossa economia. Com a saída da base, esses servidores públicos federais vão levar salários para outro estado”.
O parlamentar explicou que o hospital da Base Aérea faz revisão médica de todos os servidores da Aeronáutica do Ceará, Piauí e do Maranhão. “São 8.227 prontuários ativos, 1.300 funcionários, sendo 1.200 militares e 100 civis”, adiantou. Heitor acentuou ainda que o governador Cid Gomes trocou de partido para continuar apoiando a presidente Dilma Roussef. Portanto, ele deve agora defender a permanência da Base em Fortaleza.
Em aparte, o deputado Nenen Coelho (PSD) observou que a saída do Batalhão de Engenharia do Exército de Crateús significou um grande prejuízo, enquanto Barreiras, na Bahia, que recebeu o batalhão se desenvolveu. O deputado João Jaime (DEM) frisou que essa é uma questão política. “Em 1999 houve um movimento igual a esse. Eles alegavam que havia instalações adequadas no Rio Grande do Norte. Na época, foi feito um estudo econômico e foi constatado um prejuízo muito grande. O governador Tasso Jereissati conseguiu reverter o quadro, junto ao presidente Fernando Henrique Cardoso”, contou.
Segundo o deputado, a falta de reação política da bancada e do Governador poderá significar uma grande perda para o Ceará. “A bancada tem que levar esse caso com seriedade. A base vale mais que três indústrias vindas para cá com incentivos fiscais”, disse João Jaime. O deputado Ferreira Aragão (PDT) acrescentou que a situação é inconcebível. “Não podemos nos acomodar diante dessa ameaça”, afirmou.
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