Na sessão de ontem, cerca de 100 deputados federais faltaram à sessão, que, na avaliação de Carlomano Marques, é estranho, pois a Casa costuma ficar lotada quando há votação sobre cassação de mandato. O resultado foi de 233 votos pela cassação. Eram necessários 257 votos para cassar o mandato, que acabou sendo mantido.
Carlomano Marques disse que o resultado não tem sentido, já que Natan Donadon está preso, sem salário e se mantém inelegível. O deputado estadual expôs três possíveis justificativas para esse resultado na Câmara Federal: uma de que o Congresso quer mostrar que a Casa é que deve cassar seus pares, outra possibilidade é que os deputado já consideravam a cassação como certa e não compareceram ou a terceira de que o PT teria feito uma articulação para preparar o terreno para não cassar o mandato do deputado João Paulo Cunha (PT-SP).
Carlomano Marques disse que livrar da cassação um deputado condenado à 13 anos pelo Supremo é um escárnio e que qualquer uma das três teorias expostas por ele é lamentável e desgasta a imagem do Congresso.
Em aparte, João Jaime (PSDB) acredita que todas as hipóteses anteriores estão certas e que o corporativismo foi maior que a transparência. Segundo ele, o Congresso passa a imagem de não se importar com as reivindicações dos manifestantes que foram às ruas.
Ferreira Aragão (PDT) aparteou para dizer que o Congresso suja sua imagem, já que o deputado federal está preso e não há mais a presunção de inocência, que justificaria a votação, pois ele já foi condenado.
JM/CG