A parlamentar observou que, nas manifestações, foi possível perceber a presença de jovens, mulheres, crianças e pessoas idosas. “Não é de se espantar que esse clamor nacional surja justamente na época da Copa das Confederações. O sentimento de que o mundo está olhando para o Brasil nos leva a pensar que devemos mostrar, realmente, o que é o Brasil”, disse.
Eliane Novais acrescentou que as manifestações surpreenderam muitos pela dimensão e pela rapidez com que tantas pessoas foram mobilizadas, a partir das redes sociais. Por isso, segundo ela, merecem a reflexão da sociedade, dos partidos políticos e dos governantes. “Esses atos públicos mostram que partidos e governos ainda não estão sabendo canalizar em ações céleres e concretas os anseios mais emergentes da sociedade. Cabe a nós, que somos representantes eleitos pela população, buscar compreender esses movimentos”, afirmou.
A deputada também criticou a violência policial contra manifestantes. “Excessos dentro dessas manifestações não justificam a truculência repressora vista por todos na mídia, especialmente em São Paulo, como também não podem ser usados para criminalizar movimentos em que a maioria dos manifestantes age de forma pacífica e apresenta reivindicações justas.” Para ela, não se pode tratar protestos como caso de polícia.
Eliane frisou que não há regime verdadeiramente democrático que não conviva com manifestações públicas, greves e outras formas de protesto cidadão. É necessário que a população ocupe as ruas. É através das manifestações populares que a democracia alcança o seu objetivo maior: o convívio social e a liberdade de expressão e pensamento.
De acordo com a parlamentar, o maior legado que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo podem deixar para o País é a insurgência da sociedade contra os desmandos da política, contra o mau uso de recursos públicos e a inversão de prioridades.
“Foi através das manifestações populares que aconteceram as mais expressivas transformações no País. Talvez ainda seja cedo para uma leitura mais certeira das mobilizações que ocorrem em tantas cidades do País. Mas esta casa precisa estar atenta ao que está acontecendo no Brasil”, assinalou.
Em aparte, o deputado Carlomano Marques (PMDB) disse que o movimento não trouxe nenhuma novidade. “Vimos, nas ruas, o povo nas mais variadas faixas etárias, protestando contra falta de dinheiro para educação, saúde, violência. É o que nós dizemos todos os dias. Ninguém aguenta mais”.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que a eclosão popular veio porque o povo não mais aguenta as políticas públicas.
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