Para Dedé, a construção de adutoras e poços é importante, mas não é possível tirar dinheiro de um projeto que já está funcionando. “Eu concordo quando se cobram ações emergenciais do Poder Público, mas sem comprometer as políticas que vêm sendo trabalhadas ano a ano”, ressaltou. Ele disse que as cisternas de enxurrada - construídas como políticas públicas - armazenam cerca de 50 mil litros de água.
Em aparte, o deputado João Jaime afirmou que estava contestando o momento do investimento nas cisternas, que não significam a solução emergencial do problema da seca. Ele disse ainda que não há fiscalização na construção das cisternas, o que pode gerar falta de qualidade e,, consequentemente, um escândalo de desvio de dinheiro.
Também em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que, para a situação de emergência, é preciso construir poço profundo e adutora. Para ele, mesmo que o inverno venha mais cedo no ano seguinte, o Ceará terá entre nove e 10 meses de emergência. O deputado Idemar Citó (DEM) pediu aparte para dizer que não é contra as cisternas, mas que elas vão servir apenas no próximo ano. Para o parlamentar, é preciso fazer as adutoras e poços profundos, além de trazer o milho para alimentar o rebanho. “Estamos esperando o milho desde o ano passado.
Isso é incompetência”, criticou. Ele sugeriu ainda um crédito aos fazendeiros que pagariam com grãos. O deputado Neto Nunes (PMDB) disse que não é preciso interromper as ações de convivência com a seca, mas são necessárias ações emergenciais. Ele citou a comunidade de Pedrinhas, no município de Icó, que tem 8.500 habitantes. “Se não chover nos próximos 30 dias, essas pessoas não terão água nem para beber e nem para alimentar os animais”, ressaltou. Segundo explicou, a água da localidade chega do açude Castanhão ou do Lima Campos e precisa subir a serra.
O deputado Antonio Carlos (PT) observou que há uma tentativa de responsabilizar o Governo Federal como se não houvesse um histórico de seca no País. Ele acrescentou que a situação só não está mais grave por causa de políticas como a Garantia Safra, o Bolsa Família e o transporte escolar. “Se não fosse o Governo, a situação estaria calamitosa”, reforçou.
No último aparte, o deputado Manoel Duca (PRB) afirmou que a situação atual é uma guerra e precisa de ações emergenciais, embora as cisternas estejam servindo. “Nós precisamos agora é da água e do milho”, afirmou.
HS/AT