Segundo ela, na última sexta-feira, durante o seminário técnico intitulado Perspectivas de Atuação do Dnocs, no auditório do Banco do Nordeste, em Fortaleza, o secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Alexandre Navarro, voltou a defender que a sede do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs) seja transferida para Brasília. A proposta apresentada por Navarro é de que a atual sede do órgão, em Fortaleza, passe a ser uma diretoria regional. Essas diretorias também seriam criadas nos estados do Pará, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
“Porém, nós, parlamentares desta Casa e bancada federal cearense, representados na reunião por senadores, deputados federais e deputados estaduais, continuamos na defesa e na articulação para que, na reestruturação, a sede continue em Fortaleza”, disse, destacando que é preciso ampliar as discussões, pois as mudanças deverão ser votadas até o próximo 31 de agosto.
A parlamentar acredita que o Dnocs precisa “sim é de uma reestruturação, e isso é urgente”. Na opinião dela, além de ser reestruturado e fortalecido, é de extrema importância que o órgão continue no Estado. “Por isso, é preciso uma ampla mobilização da sociedade”, defendeu.
Fernanda Pessoa destacou a necessidade por mais recursos para obras, valorização dos atuais servidores e concurso para novos funcionários. De acordo com ela, hoje, o Dnocs conta com apenas 1.739 servidores. “E, se continuar desse jeito, até 2016, serão apenas 300 servidores, por conta das aposentadorias”, anteviu.
Em aparte, o deputado Antonio Carlos (PT) relatou que esteve no seminário e também contestou a possibilidade de mudança da sede. “Sei que tem gente com muita expertise no assunto (em Brasília), mas não concordo, acho que o Dnocs tem que ficar no Nordeste, onde os efeitos da estiagem ocorrem de forma danosa. Essa transferência não traz muita coisa boa para o Nordeste e nem para o povo nordestino”, avaliou.
O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) também rechaçou a ideia, afirmando que seria um retrocesso. Além de destacar os benefícios trazidos ao Ceará pelo órgão, como a construção dos açudes Orós e Banabuiú, manifestou preocupação com a possível transferência, uma vez que a região “está atravessando um momento difícil, uma das maiores secas pelas quais já passamos”.
Já o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que o semiárido do Brasil é o Nordeste, área que sofre com a estiagem, o que justifica a permanência do Dnocs na região, já que foi criado com o objetivo de combater a seca. “O Dnocs não é uma instituição que trata apenas da construção de barragens e açudes, mas tem uma multiplicidade de obras que trouxeram benefício à região”, observou, classificando como “um absurdo e uma insensatez” a pretensão de mudar a sede do órgão.
LS/CG