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Quinta, 06 Dezembro 2012 07:39

Coluna Política

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  Presidência da Câmara depende de conversa entre PSB e PMDB As articulações para a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza se afunilam e - salvo complicações daquelas que costumam ocorrer aos montes - devem se resolver nos próximos 10 dias. Etapa crucial nesse processo será conversa entre cardeais do PSB e Eunício Oliveira, manda-chuva do PMDB. Eles irão retomar entendimentos mantidos no fim de junho. Na época, vereadores peemedebistas estavam apavorados com a perspectiva de desastre nas urnas. A bancada temia se ver reduzida de sete para apenas duas cadeiras, na hipótese de não se coligar com o PSB. Todavia, o partido do governador Cid Gomes e do hoje prefeito eleito Roberto Claudio resistia à junção, pois achava que elegeria menos parlamentares formasse chapa proporcional com o PMDB. Foram dias tensos, com ameaça de rebelião contra o apoio do partido ao candidato do PSB a prefeito. Eunício procurou Cid. O governador disse que era a favor do acordo, mas destacou que a decisão cabia à esfera municipal. Segundo disse, poderia, no máximo, manifestar sua opinião, mas não impor. O senador conversou, também, com Ciro Gomes. E o irmão do governador assumiu o compromisso: caso se confirmasse o desastre previsto pela bancada do PMDB, o partido receberia como compensação a presidência da Câmara - em caso de vitória de Roberto Claudio. E assim as duas legendas seguiram unidas na disputa para prefeito e separadas na campanha para vereador. Contados os votos, o desempenho peemedebista superou as expectativas, sobretudo pela surpreendente votação de Vitor Valim, com quase 30 mil eleitores. Sozinha, a sigla elegeu quatro parlamentares. O número é o mesmo de 2008, quando havia aliança proporcional com o PT - a bancada chegou a sete em função da migração de três vereadores de outros partidos: Walter Cavalcante (ex-PHS), Luciram Girão (ex-PSL) e o próprio Valim (ex-PHS). Por outro lado, o PSB não confirmou as projeções e emplacou apenas dois nomes no Legislativo. Mesmo sem se confirmar o desastre temido pelo PMDB, o comando do PSB ainda precisa conversar com Eunício para não deixar no ar qualquer impressão de que o acordo com o principal aliado não foi cumprido. O PMDB será generosamente contemplado com secretarias na gestão Roberto Claudio. Mas dificilmente ficará com a presidência do Poder Legislativo. A cadeira muito provavelmente caberá mesmo ao PSB. Nessa corrida, Elpídio Nogueira e Salmito Filho optam por estratégias diferentes. A coluna volta ao assunto amanhã. O THEMÍSTOCLES ADMIRADO PELA ESQUERDA E PERSEGUIDO POR MILITARESFamoso pelas opiniões polêmicas, comentários em defesa de posições de direita e a favor dos militares, o jornalista Themístocles de Castro e Silva, falecido no ano passado, nem sempre foi visto da mesma forma. Bem ao contrário: suas atitudes já foram bem recebidas pela esquerda. No livro Antes dos coronéis, que será lançado até o próximo dia 15 de dezembro, o jornalista J. Ciro Saraiva narra que Themístocles foi preso, em 1961, pelo coronel Tito Canto e levado ao quartel-general da l0ª Região Militar. Saraiva conta que oficiais fizeram “corredor polonês” para humilhá-lo e o forçaram a engolir artigo intitulado “Posse, pura e simples”, no qual defendia a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. A então primeira-dama, dona Olga, foi até a 10ª Região interceder por Themístocles, seu compadre e secretário do governador Parsifal Barroso. O livro é o segundo da trilogia iniciada em 2011 com No tempo dos coronéis. Desta vez, J. Ciro Saraiva aborda a história política do Ceará durante um dos momentos mais turbulentos da vida nacional. E, também, dos menos conhecidos entre as novas gerações de cearenses. A obra aborda o período de 1947 e 1962. No plano nacional, a época foi marcada pelo suicídio de Getúlio Vargas, o governo de Juscelino Kubitschek, a renúncia de Jânio Quadros, a turbulenta posse de Jango e a breve experiência parlamentarista. No Ceará, foi o ciclo dos “coronéis de anel”, como conta J. Ciro Saraiva. Todos os governadores do período eram bacharéis em Direito: Faustino de Albuquerque, Raul Barbosa, Paulo Sarasate e Parsifal Barroso. E, curiosamente, os adversários que derrotaram nas urnas também eram bacharéis. O livro que encerrará a trilogia irá abordar de Tasso Jereissati a Cid Gomes. Depois dos coronéis só deverá ser lançado, segundo Saraiva, após 2014, quando o atual governador tiver deixado o poder. Já Antes dos coronéis será lançado na próxima semana – a data exata ainda será definida – na Assembleia Legislativa.
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