Por conta da seca, os estoques de milho nas nove unidades da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Ceará, estão praticamente zerados. Foi o que afirmou ontem, na Assembleia Legislativa, a deputada Fernanda Pessoa (PR).
Fernanda Pessoa lembrou, ainda, que o prejuízo chega a 90% da safra em todo o Estado. Segundo a parlamentar, os criadores de aves, bovinos, ovinos e suínos tiveram de vender seus animais, porque não têm como alimentar o rebanho. Conforme ressaltou, nos últimos dias, por conta da diminuição do estoque, a situação piorou. Isso porque, apesar do leilão já realizado para abastecer a região, a greve dos caminhoneiros, nas rodovias federais, atrasou a entrega do milho para os produtores rurais cearenses escritos no Programa de Vendas em Balcão da Conab.
“Tudo é questão de burocracia. O governo organiza-se para ações emergenciais, mas esquece da logística”, criticou, ressaltando que, no cotidiano dos produtores rurais, o milho é essencial para o desenvolvimento pecuário da região nordestina.
A parlamentar solicitou, ainda, a construção de armazéns nas regiões produtoras de milho do Nordeste, como polos no Sul do Piauí, Sul do Maranhão e Oeste da Bahia. “A construção desses armazéns aperfeiçoaria um frete, no máximo, em 24 horas”.
Fenômeno atípicoPara o superintendente regional da Conab, Anastácio Fontenele, o fenômeno da falta do milho é atípico, e, segundo ele, até o final deste mês, a Conab buscará regularizar a situação. Ele afirmou que, na tentativa emergencial de resolver a situação, o órgão já solicitou 50 mil toneladas para atender cerca de 35 mil beneficiários do Programa. “Antes da estiagem, tínhamos 10.710 cadastrados no Programa, depois de decretado estado de calamidade pública, em julho, contabilizamos cerca de 24 mil novos cadastros”, disse. (Rochana Lyvian, da Redação)