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Cearenses conhecem a gestão modelo do Porto de Rotterdam - QR Code Friendly
Terça, 21 Março 2017 04:03

Cearenses conhecem a gestão modelo do Porto de Rotterdam

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As autoridades e empresários que integram a Missão Ceará navegaram ontem pelos 42 quilômetros de cais do Porto de Rotterdam, detendo-se no Terminal Automatizado de Contêineres da dinamarquesa APM Terminalls, que opera também no Porto do Pecém As autoridades e empresários que integram a Missão Ceará navegaram ontem pelos 42 quilômetros de cais do Porto de Rotterdam, detendo-se no Terminal Automatizado de Contêineres da dinamarquesa APM Terminalls, que opera também no Porto do Pecém
Rotterdam (Holanda). Um porto estatal, mas com governança corporativa de executivos escolhidos no mercado, focado na qualidade dos serviços que oferece aos clientes, na obediência aos contratos e no lucro - no ano passado, foram destinados 80 milhões de euros em forma de dividendos para os seus dois donos - o governo federal da Holanda e a Prefeitura da cidade. O resto, 200 milhões de euros, foi reinvestido.   Eis o modelo do Porto de Rotterdam que, até o fim deste ano, poderá ser sócio da Cearáportos, gestora do Porto do Pecém, no Ceará, se forem superados os desafios jurídicos, que não são poucos. O Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) que será celebrado amanhã com vistas a essa parceria conterá uma cláusula de confidencialidade. Assim, todos os entendimentos e negociações entre a autoridade do Porto de Rotterdam e a Cearáportos - com a participação da Procuradoria Geral do Estado - serão sigilosos a partir da assinatura do documento, redigido em português e em inglês.   LEIA MAIS    .Governador abre hoje o Brazil Network Day   .Parceria exigirá uma empresa independente   Navegação   As autoridades e empresários que integram aqui a Missão Ceará navegaram ontem pelos 42 quilômetros de cais do Porto de Rotterdam, detendo-se no Terminal Automatizado de Contêineres da dinamarquesa APM Terminalls, que opera também no Pecém, e na refinaria da British Petroleum (BP).   Ao longo da navegação, os cearenses surpreenderam-se com uma usina termelétrica movida a carvão mineral, localizada exatamente em uma ilha artificial. E surpreenderam-se mais ainda com a informação de que a usina foi ali implantada com permissão das autoridades holandesas do meio ambiente. De sua chaminé, saía uma grossa fumaça cinzenta, e seu pátio de armazenamento de matéria-prima estava a poucos metros do mar.   Na exposição que fez para o grupo cearense, o diretor-geral do Porto de Rotterdam, René van Der Plas, informou que o terminal tem 1.200 empregados (30% do quadro de servidores da Assembleia Legislativa do Ceará) e gera 100 mil empregos nas empresas instaladas dentro do Porto e mais 200 mil nas que operam fora de sua área municipal e em outras cidades da Europa, todas diretamente ligadas às suas atividades. Plas fez questão de falar sobre os contratos que o Porto celebra com seus clientes.   "O difícil é fechar os acordos, mas depois que o contrato é assinado, ele vale por 25 anos, prorrogável por mais 25. É necessário esse longo prazo para que o cliente possa recuperar o investimento que fez. Após o contrato, o Porto passa a ser parceiro do cliente, atendendo-o em suas necessidades, como um estacionamento maior para veículos ou uma dragagem. O Porto de Rotterdam contribui com até 6% na composição do Produto Interno Bruto (PIB) holandês", disse.   Relacionamento   E como é a relação da Prefeitura de Rotterdam e do governo federal da Holanda com o Porto? Plas explicou que cada um dos donos tem representante no Conselho de Administração do Porto, ao qual cabe aprovar o seu plano estratégico quinquenal. E só. A gestão do Porto de Rotterdam é feita por profissionais captados no mercado.       Ele disse e repetiu que o Porto de Rotterdam tem foco na qualidade dos serviços que presta aos clientes e no lucro. O governo federal tem uma tarefa: manter, com dragagem, a profundidade do canal principal. A Prefeitura tem a posse da terra, mas dá concessão eterna ao Porto que, em contrapartida, lhe paga dividendos anualmente.   René van Der Plas foi perguntado sobre a diferença entre a provável parceria do Porto de Rotterdam com o Porto do Pecém e a já celebrada, há cinco anos, com o governo do Espírito Santo para a construção e gestão do Porto Geral, naquele Estado. Sua resposta: "Pecém já existe, está em operação e tem uma boa infraestrutura. O outro ainda é só um projeto".   Reunião   O governador do Ceará, Camilo Santana, chegou ontem a Rotterdam onde, juntamente com membros da sua equipe, se reuniu com o prefeito da cidade, Ahmed Aboutaleb.   A embaixadora do Brasil na Holanda, Regina Dunlop; o cônsul Cezar Amaral; o diretor do Porto de Rotterdam, Rene van der Plas; o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Edilberto Pontes; o presidente da Cearáportos, Danilo Serpa; e o secretário de Assuntos Internacionais, Antônio Balhmann, também participaram da reunião com o prefeito de Rotterdam.
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