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Coluna Politica - QR Code Friendly
Quarta, 28 Dezembro 2016 05:23

Coluna Politica

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A mudança de secretariado que Camilo Santana (PT) anuncia esta semana tem objetivo de dar sacudida no governo, que chega à metade. A gestão transcorre em período extremamente conturbado, com crise econômica, seca, cenário político adverso no plano nacional. O governador elenca realizações nesses dois anos. Conseguiu reduzir os índices de homicídios, os indicadores educacionais se destacam nacionalmente no ensino fundamental. Na saúde, conseguiu estancar a fase mais aguda da crise desencadeada no ano passado. Mesmo assim, falta uma marca mais forte ao governo.   Poderia até ser a segurança, mas essa área costuma render mais dividendos políticos a quem critica do que para quem administra. Quem bate na segurança ganha votos. Quem consegue alguma melhoria sempre tem mais e mais a avançar. É setor inglório para se administrar.   Até porque, primeiro, os indicadores de segurança ainda passam longe de ser aceitáveis. Melhoraram, mas em comparação à situação de descalabro completo que havia antes. Além disso, um único episódio de violência é suficiente para difundir o medo. Para quem é vítima, basta uma ocorrência para deixar o trauma.   A seca também tem consumido muitas energias do governo Camilo. Perante o povo, não passa a imagem de realização. Trata-se de evitar o colapso. Entre os aliados, tem-se a percepção de que o governo precisa de uma sacudida, com vistas à difícil sucessão estadual de 2018. Esse será o sentido da mudança.   O caso da segurança tem particularidades. Tem tido os melhores resultados do governo Camilo. Mas Delci Teixeira vinha desgastado com alguns segmentos e dava sinais de que ele mesmo talvez não quisesse permanecer. Outros secretários, como Alexandre Landim (Casa Civil), também estariam saindo por vontade própria. Artur Bruno (PT) pode assumir mandato na Assembleia Legislativa, com as mudanças ocorridas após as últimas eleições municipais. Ele aguarda conversa com o governador para definir se fica na Secretaria do Meio Ambiente ou retorna ao Legislativo.   O que aliados de Camilo esperam é que a mudança de secretariado sirva para demarcar nova fase no governo. Que não seja tanto a administração das crises.   Para isso, depende em grande parte de haver chuvas. Se elas não chegarem, Fortaleza entrará em racionamento dentro de um mês, após 23 anos.   Outra condicionante é o cenário econômico. Cid Gomes (PDT) procurou imprimir marca de tocador de obras. Era outra época, outro momento econômico e outro governo no plano federal. O petista não conseguirá sair com essa imagem. No meio mandato que resta, precisará estabelecer sua própria marca.
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