SARA Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Vinte dias de greve, 121 Boletins de Ocorrência, cerca de 70 mil trabalhadores, 11 rodadas de negociação e dezenas de canteiros de obras paralisados. As negociações entre os sindicatos laboral e patronal da construção civil de Fortaleza tiveram, ontem, um real progresso. Pautas que foram protagonistas do impasse trabalhista receberam um denominador comum: reajuste geral de 8%, cesta básica no valor de R$ 50,00 e piso para serventes de R$ 639,00. Ainda falta, entretanto, a resolução sobre os dias parados da categoria e a declaração do fim oficial da greve. A negociação aconteceu na Assembleia Legislativa (AL), entre parlamentares e representantes do Sindicato da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE). A reunião foi solicitada pelos trabalhadores na última sexta-feira (25), durante manifestação realizada em frente à AL. De acordo com o assessor jurídico do STICCRMF, Valdir Pereira, o acordo já havia sido anunciado após audiência no Tribunal Regional Trabalho (TRT), no dia 10 deste mês. “Naquela audiência, nós tivemos uma reunião de oito horas e avançamos muito”, destacou. Os trabalhadores reduziram a proposta salarial de 17% para 9%, enquanto o Sinduscon aumentou a oferta de 6% para 7,47%. Valdir Pereira afirmou, ainda, que dos cerca de 70 mil trabalhadores da construção civil da Capital e RMF, apenas cinco mil continuaram trabalhando durante o movimento paredista. Apesar dos avanços de ontem, ainda há uma pendência trabalhista a ser resolvida. “O Sinduscon quer que conste, na convenção trabalhista, que os trabalhadores não receberão pelos dias paralisados. Mas nós defendemos que cada empresa determine, junto aos seus funcionários, como acha melhor que a compensação aconteça”, explicou Valdir. A proposta do STICCRMF é de que os trabalhadores cumpram horário aos sábados para compensar os dias parados, já que a jornada, conforme Valdir, acontece apenas de segunda à sexta-feira. “Faremos uma redação para apresentar amanhã [hoje] na AL, depois faremos uma assembleia com os trabalhadores para decidirmos sobre o fim total da greve”, disse Valdir Pereira. PREJUÍZO DE R$ 1 MILHÃOAtravés de nota, o Sinduscon confirmou o acordo junto aos trabalhadores e ressaltou que 121 Boletins de Ocorrência (B.O) foram registrados, relatando invasão de propriedade privada, depredação de patrimônio e agressão física. As informações em nota dão conta de que 29 dos B.Os foram registrados após a decisão do TRT de impedir que trabalhadores da construção civil entrassem ou realizassem assembleias a menos de 200 metros dos canteiros de obras. O Sindicato contabiliza que, em 19 dias de greve, o prejuízo com as invasões tenha totalizado R$ 1 milhão.