O resultado do pleito era esperado, mas o final para Inácio Arruda foi bem diferente do que alguns admitiam
O resultado do primeiro turno para especialista na área da Ciências Políticas revelou certas surpresas. O enfrentamento no segundo turno, entre Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT), já era esperado pelo apoio que ambos receberam das máquinas administrativas, contudo, a pontuação garantida por Heitor Férrer (PDT) e o baixo desempenho de Inácio Arruda (PCdoB) chamaram a atenção dos estudiosos.
"Quem saiu derrotado dessa eleição não foi o Moroni, foi o Inácio", analisa o cientista político, Marcos Colares. Para quem já foi candidato a prefeito de Fortaleza e teve uma carreira política ascendente de vereador a senador, o resultado desta eleição foi bastante inexpressivo, conforme opina Colares. Um dos motivos para o comunista ter ficado em oitavo lugar, dentre os 10 candidatos, com 1,82% dos votos, conforme observa o estudioso, pode ter sido o rompimento do PCdoB com os dois partidos que ele apoiava, PT e PSB, para que disputasse a eleição.
O PCdoB era ligado a ambos os partidos, optou por sair sozinho nesta eleição apostando nos dois nomes mais expressivos do partido: Inácio Arruda e Chico Lopes. Porém o eleitor parece não ter visto essa decisão como um ato de heroísmo, pelo contrário, reprovou a atitude, segundo Colares, entendendo como uma forma de traição.
Na concepção dele, o eleitor pode ter comparado a situação de Inácio Arruda ao caso do ex-deputado Marcos Cals (PSDB) que, na eleição passada, após passar três anos e meio no Governo, se lançou candidato ao cargo de governador como oposição a uma administração da qual fez parte. Se Inácio Arruda saiu enfraquecido deste pleito, Heitor Férrer foi o contrário, se fortaleceu, diz Colares.