Já se passaram dez dias da data da convenção do PSB e PMDB em Fortaleza e, agora, na véspera do prazo final para a entrega da ata dos encontros, a crise entre as duas siglas não foi superada. Internamente, em paralelo aos discursos oficiais de otimismo, há quem diga que o impasse pode afetar o engajamento de alguns peemedebistas na campanha do candidato a prefeito Roberto Cláudio (PSB), que encabeça a aliança majoritária. Tudo porque o PSB se recusa a se juntar ao PMDB na disputa para vereador; os peemedebistas estão insatisfeitos com a resistência. Após inúmeras reuniões entre líderes dos dois partidos, a negociação foi delegada ao governador Cid Gomes (PSB) e ao senador Eunício Oliveira (PMDB), presidentes estaduais das siglas. Eles teriam se encontrado ontem, em Brasília, para tratar pessoalmente do assunto. Até o fim da tarde, no entanto, nenhum avanço havia sido anunciado. A crise – a primeira da campanha eleitoral de 2012 desde a definição do cenário de candidatos – se reflete no silêncio de vereadores procurados pelo O POVO, que se recusaram a falar sobre o assunto ontem, nos corredores da Câmara Municipal. O vice de Roberto Cláudio na chapa majoritária, Gaudêncio Lucena (PMDB) reagiu fortemente ao ser questionado sobre a possibilidade de alguns filiados deixarem de trabalhar em favor do candidato, em retaliação à recusa da aliança. Ele também descartou rompimento da coligação e disse cogitar que, na falta de um acordo, o PMDB possa sair sozinho na eleição proporcional. O prazo para a definição se encerra amanhã, quando todos os partidos deverão finalizar as atas das convenções e entregá-las à Justiça Eleitoral. O procurador eleitoral Marcio Torre questiona a demora na decisão. Segundo ele, a data final para fechar questão sobre as alianças era 30 de junho. (Hébely Rebouças)