Disputa aberta como nunca A confirmação das candidaturas de Marcos Cals (PSDB) e Moroni Torgan (DEM) fazem desta a eleição mais aberta e imprevisível da recente história de Fortaleza. Dos 10 candidatos, não é absurdo pensar que seis ou até sete briguem pelo 2º turno. Moroni e Inácio Arruda (PCdoB) estariam lá se a eleição fosse hoje. Muito dessa força se deve ao fato de serem os mais conhecidos – o chamado recall. Mas já é mais do que dispõe a maioria dos concorrentes. Mesmo isolados, não podem ser subestimados. Cals também entra sozinho, situação impensável para o PSDB antes da era Luizianne Lins (PT). Aliás, a prefeita considera o esfacelamento do tucanato legado político de sua administração. Mas não custa lembrar que Marcos Cals terá boas chances de chegar ao segundo turno caso repita, na eleição para prefeito, o desempenho que teve para governador, em 2010. Com percentual menor, a própria Luizianne se qualificou a enfrentar Moroni em 2004. Porém, o eleitor terá mais opções competitivas do que tinha na última campanha estadual. Heitor Férrer (PDT) já larga bem e é talvez o mais forte candidato a fenômeno eleitoral entre a classe média progressista, que já provocou muitas surpresas em Fortaleza. Mas mesmo Renato Roseno (Psol) pode cumprir tal papel, caso consiga vencer a falta de estrutura, de tempo de TV, de apoios e, sobretudo, a desconfiança de muitos eleitores que não confiam que o Psol possa governar. E há evidentemente, os candidatos dos Palácios: Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB). Com as maiores redes de apoio e melhores estruturas, claro que podem subir. No entanto, é muito improvável que os dois consigam abrir caminho para se enfrentar no segundo turno. MANADA DE BODES CHEGA À SALA DO PTAmanhã termina o prazo para convenções e, como Cid Gomes (PSB) já anunciou, ele chamará de volta os deputados petistas Camilo Santana, Francisco Pinheiro e Nelson Martins para as secretarias das Cidades, da Cultura e do Desenvolvimento Agrário, respectivamente. O mal-estar no PT será enorme. A parte da legenda sob orientação da Prefeitura de Fortaleza está em pé de guerra com a administração estadual, às vésperas de campanha que se prenuncia tensa. Mas os três secretários querem, sim, reassumir os cargos. A questão deve rachar o partido.