O governador Camilo Santana reagiu, ontem, as informações que circulam nas redes sociais de que facções criminosas do Rio de Janeiro estariam se instalando nas comunidades da periferia de Fortaleza. Evitando dar detalhes sobre possíveis investigações, o governador foi enfático: “eu não vou responder a boatos e especulações irresponsáveis”.
Em entrevista à imprensa, Camilo lembrou da solicitação da intervenção da Força Nacional de Segurança no Estado, no final do ano passado, após chacina ocorrida no bairro Curió e o atual contexto de violência. Na época, deputados estaduais, inclusive, foram diversas vezes à tribuna da Assembleia Legislativa solicitar o reforço da força nacional. “Vocês lembram-se do que tentaram fazer no final do ano passado? Com aquela tentativa de criar um terror, recomendando até chamar a força nacional para vim atuar aqui no Ceará? Isso foi uma forma de desmoralizar a área de segurança pública”, rejeitou Camilo.
ResponsabilidadeO governador endureceu o discurso ao cobrar responsabilidade na divulgação de informações que podem gerar pânico na sociedade. “ Então, eu acho que todos nós, inclusive a imprensa, tem que ter muita responsabilidade em tratar esses assuntos.”Ele reafirmou que o Governo vem trabalhando para reduzir a violência no Estado. “E eu tenho dito que, no meu Governo, lugar de criminoso é na cadeia e essa é a determinação que tenho dado para todos os órgãos de segurança e vocês têm acompanhado”, frisou.
SilêncioO secretário de Segurança, Delci Teixeira, que acompanhou todo o evento de Monitoramento do Programa em Defesa da Vida, não quis se posicionar sobre o assunto e saiu do evento sem falar com a imprensa. (leia mais na página 13).
CobrançasA suposta presença de facções criminosas na periferia de Fortaleza tem motivado reações também entre os deputados estaduais. “O Governador falou que era brincadeira. Mas, as evidências apontam para fatos reais. Diariamente, moradores da periferia tem informado sobre as comemorações desta pacificação, além de relato da entrega de cestas básicas como tentativa de recrutar jovens”, disse Capitão Wagner (PR), afirmando que solicitará a Polícia Civil abertura de inquérito para apurar as informações.O parlamentar lembrou ainda que, desde o ano passado, tem alertado para a migração das quadrilhas para região Nordeste.
Integrantes da base aliada, como Fernando Hugo (SD), cobraram ações do Governo. “Acredito, plenamente, que nosso Governo não pode, não deve nem baixará a cabeça aos infames e ameaçadores manifestos dessa quadrilha e nossas polícias reagirão, mostrando com objetivação que no Ceará não tem disso não”, disse.
Já o deputado Ely Aguiar (PSDC) questionou as ações realizadas pelo atual gestão. “Tivemos uma blitz de bandidos na avenida Dom Luiz, que pararam o trânsito e roubaram os pertences dos carros. Hoje, assaltaram o Banco do Brasil de Novo Oriente e levaram reféns. Se o Governo não agir, ficaremos à mercê dos grupos organizados. E aí? Ou está havendo omissão ou estão tentando tapar o sol com a peneira”, disparou.