O deputado federal e candidato a reeleição, José Nobre Guimarães (PT), um dos principais representantes do PT no Ceará, viajou na manhã de ontem, para São Paulo, com o intuito de dialogar com a presidente Dilma Rousseff (PT), para que a presidenciável “desça do muro”, quanto à sucessão estadual nas terras alencarinas. A coligação “Para o Ceará Seguir Mudando”, que lançou o petista Camilo Santana para disputar o cargo de chefe do Executivo, conta com o apoio “oficial” de Dilma e do ex-presidente Lula, contudo, o candidato Eunício Oliveira (PMDB), não faz questão de esconder que tanto tem o apoio de Lula e que o seu palanque está aberto tanto para Dilma, quanto para o presidenciável Aécio Neves (PSDB).
Em razão da representatividade da presidente e sua força política no Estado, segundo Guimarães, a indecisão de Dilma e a sua não vinda para o Ceará, com o objetivo de fazer campanha pró-Camilo, tem prejudicado a estratégia e o desempenho de eleger Camilo Santana. “Eu vou explicitar uma ideia que vou levar para a Dilma. Tem que assumir um lado, esse é um problema da campanha. Esse negócio de ficar em cima do muro não dá, o lado dela aqui é o de Camilo. Então, essa ideia de estar fazendo média com o eleitor não dá”, disse ao jornal O Estado, pontuando que, “tem que escolher um lado, para o bem ou para o mal, e o lado dela é o de Camilo e tem que vir imediatamente”.
CABEÇA FRIA
Tratando da política nacional, é de “cabeça fria e coração quente”, que Guimarães afirmou como o PT está assistindo o crescimento da candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB), onde nas últimas pesquisas, como a que foi divulgada pelo Instituto Ibope na última terça-feira (26), apontou que a socialista ganharia de Dilma no segundo turno, com 9 pontos percentuais de diferença. “Essa onda não vai prosseguir por muito tempo. Foi uma onda midiática que foi feita, e nós temos muita condição de reverter, colocando a militância na rua”, disse.
Para o petista, Dilma e o Lula precisam ir mais as ruas fazer campanha e expor o programa de governo, onde classificou ser o “melhor”. Apesar de as principais candidatas mulheres terem legados e história “parecida”, o petista defendeu ser a única maneira de demonstrar à sociedade, as diferenças, que ponderou serem muitas. “As contradições, sobretudo, para a candidata do PSB, que fala em nova política e se aliar com o que é mais retrógrado da política brasileira, isso precisa ser mostrado para a opinião pública, com respeito, contudo, mostrando as diferenças”, ressalvou, dando conta de que, nos próximos 34 dias restantes para a eleição, “dá tempo de sobra para haver grandes mudanças no quadro eleitoral nacional”.
No Ceará, o petista avalia que Camilo já está virando a eleição, contra Eunício Oliveira, que segue na liderança da sucessão estadual, de acordo com as pesquisas de intenção de voto. “Nos próximos dias, vamos aguardar os números da pesquisa, mas estamos muito confiantes”, afiançou.
SEM ABRIR MÃO
Já o presidente estadual da sigla no Ceará, De Assis Diniz, afirmou que a coligação para o Ceará Seguir Mudando não vai abrir mão da presença da Dilma no Ceará. “Nós temos uma única posição. O PT dialogou com o presidente Lula, com o presidente nacional Rui Falcão e com a Dilma, nós não fizemos nada isolado, foi uma construção coletiva”, frisou, também deixando entrelinhas que a presidente Dilma ainda não escolheu quem vai apoiar. “Se nós construímos coletivamente, o nosso posicionamento é único, é que a Dilma venha para o Ceará e tenha lado, que é o lado do projeto político debatido e discutido com ela”, proferiu.
Rochana Lyvian
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